162 anos de Espiritismo na Terra
- Cristiano, por que você é espírita?
- Porque eu não consigo mais não sê-lo.
- Não consegue? Mas todo mundo tem a opção de escolher a religião que quiser.
- Ah, você está falando de religião? Perdão! Achei que estivesse falando de estilo de vida.
- Não entendi.
- O Espiritismo não tem dogmas nem “rituais de iniciação” para que você se torne e permaneça espírita, como acontece nas demais religiões.
- Mas e esse negócio de se vestir de branco, usar colares, as imagens de santos que vemos nos Centros Espíritas...?
- Você está se referindo às religiões de matrizes africanas, às quais muito respeitamos, todavia não é Espiritismo. É comum esta confusão, sobretudo em cidades de interior.
- Entendi! Então, já que no Espiritismo não existe nenhum tipo de ritual ou dogma, o que seria preciso, então, para se tornar espírita?
- Transformação moral e esforço CONTÍNUO por se melhorar. Não há outro meio de ser e de se permanecer verdadeiramente espírita.
- Então, quem frequenta palestras, ou até mesmo um voluntário nas atividades da Casa, não seria espírita se não se modificasse e não lutasse diariamente pra se melhorar?
- Só de rótulo. Cada um declara ser o que quiser, mesmo que não o seja.
- O Espiritismo não é uma religião?
- No sentido dogmático, sacerdotal, não. No sentido literal da palavra, “religare”, que significa religar o homem a Deus, sim.
- E você se religou a Deus através do Espiritismo?
- Sim. As suas correntes científicas e filosóficas formaram uma base sólida e segura para que eu me religasse ao Pai.
- E qual a diferença de se conectar a Deus pelo Espiritismo ou por outra religião?
- Nas outras religiões, a ideia de Deus orbita na esfera mais da crença, do imaginário. Na Doutrina Espírita, essa ideia transcende para a esfera da razão e da sabedoria.
- Transcendeu a ideia de Deus para a esfera da razão? Como assim?
- Pelo fato de as religiões não terem definido atributos da divindade, aceitou-se qualquer ideia de Deus, inclusive a de um Deus antropomórfico. O Espiritismo corrigiu essa falha dogmática.
- Então vocês não “sentem” Deus no coração?
- Sim, claro que sentimos! A diferença é que, no Espiritismo, fazemos, de Deus, uma ideia mais justa e mais conforme com a sã razão.
- Vocês têm Jesus como o nosso Salvador?
- Sim, mas não no sentido dogmático como sempre se pregou. Temos Jesus como guia e modelo da humanidade, como governador espiritual da Terra, mas entendemos que “salvação” é um processo contínuo de autotransformação, através da prática dos ensinamentos de Jesus.
- Vocês estudam a Bíblia?
- Sim, pois faz parte do material didático enviado por Jesus, assim como o pentateuco kardequiano. Todavia, sem o estudo do Espiritismo, seria impossível de se alcançar o cerne da lição contida nos livros bíblicos. Apegar-se ao sentido literal é perigoso!
- Achei que Kardec tinha fundado uma religião que nada tinha a ver com o Cristianismo.
- Isso é fruto da sua falta de instrução! Estude com afinco e sem “espírito de combate”, e verá que o Espiritismo é o Consolador que Jesus prometeu pedir a Deus que nos fosse enviado.
- E quando isso aconteceu?
- Oficialmente, há exatos 162 anos; no dia 18 de abril de 1857, data da publicação da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”.
- Ok! Eu gostaria de conhecer, mas não sei se vou acreditar nessas ideias de reencarnação, vidas em outros planetas, vida no plano espiritual etc.
- Não é um convite para que você creia, mas para que você COMPREENDA, pois se trata de Lei da Natureza.
- Não entendi.
- Você não apenas compreenderá questões filosóficas da vida (de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos), mas, principalmente, como funciona o Mecanismo de Redenção de Deus. A cada etapa compreendida, não há mais retorno!
- Por quê?
- Quem crer, pode descrer um dia. Já a sabedoria é algo que não se perde. Ou você consegue “descompreender” que dois mais dois é quatro?
- Tudo bem! Começarei hoje mesmo o estudo.
- Excelente! Hoje é uma dia assaz sugestivo pra começar. Feliz 18 de abril!
(Cristiano Abreu Paiva)
Muito bom você explica muito bem, aliás como sempre.
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