Eu perdoo, mas...


Muitas vezes, as pessoas que dizem ter perdoado uma ofensa recebida, só sustentarão o seu perdão se perceberem que o ofensor está manifestamente triste, desolado, cabisbaixo. É o que podemos chamar de “perdão condicional” ou “caridade disfarçada”. Por isso que o perdão verdadeiro, aquele onde o ofendido age como se nada tivesse acontecido, na maioria das vezes, só é possível com o passar de várias existências em relação consanguínea junto ao ofensor.

É lógico que o infrator não deve sair dançando ragatanga ao cometer uma infração, mas, também, ele não deve se deixar abater pela culpa, pois o auto-perdão é tão importante quanto o perdão. É certo que quem erra deve se responsabilizar pelos seus erros, refletir sobre o mal feito e se esforçar por não errar mais naquele quesito, mas deve, também, reconhecer que errar, em nossa idade espiritual, é natural, razão mais que suficiente para erguer a cabeça e continuar em frente, sem deixar se abater pelas críticas que sempre se farão presentes, seja das vítimas, seja dos fiscais da vida alheia.

O ofendido perdoa e devolve o mal com o bem. O ofensor se auto-perdoa e repara o erro cometido. Agindo assim, ambos alcançarão o mesmo propósito: uma existência emocionalmente tranquila.

(Cristiano Abreu Paiva)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poema de Lívia para Publius Lentulus na voz de Fagner

Indulgência para com os pecadores

162 anos de Espiritismo na Terra